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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Grato aos leitores pelas quarenta e oito visitas. Se quiserem comentem ou critiquem o blog ou o blogueiro.
Suor e lágrimas, assim é a vida humana. Ambos inexplicáveis, a não ser fisicamente. Este texto abaixo é sobre.

Lágrimas .... Lágrimas................,
Temo tocar a presença daquele pano úmido de lágrimas nas pontas, como envolto por uma aura. Esse desconhecido mundo das lágrimas! No sofá, a coberta em panejamento como sombra de um crepúsculo absorvido pela janela. Coberta desarrumada e retorcida como sudário, pelas convulsões de um corpo invisível que quer ressuscitar. Algumas pétalas vermelhas jazem no estofo e no vaso um caule verde, mas lembro-me da espinhada no dedo em colhê-lo abrupto da roseira. Mesmo assim, curara a mim antes e, ao depois, ferida foi ornar a mesinha com o vaso azul dela. Na porta dos fundos ouço um choro canino. Percebeu-me na casa? Parece um choro de filhote, baixinho. Será que os cães nunca crescem? Tem água e comida lá!
Volto ver a coberta sobre o sofá – não a que o recobre, mas a que desvela uma presença, um calor ainda latente. Alguém que passou por mim e deixou um suave perfume. Esse espaço imantado permanece como um tabu e limito-me a um passo, torcendo o nariz para o sobrenatural. O drapeado do tecido encontra-se tal como deixado da última vez, plasmado por quem amo. Mas para onde foi? Vejo as sombras projetadas, as cortinas soltas, a fremir uma imagem de reflexos sucessivos, um momento contínuo da janela entreaberta. Aqui a deposição, a capitulação e um véu balouçante ao sol, mas nada foi perdido! Vou puxar esse pano de um golpe como fazem autoridades que descerram mármores, e jogá-lo na máquina de lavar, distante dos meus olhos, mas minhas mãos obedecerão? Elas amaciaram com o tempo ou foi o efeito da espetada na roseira? Não doem, mas tremem conforme o que tocam, suplantam meu cérebro.
O cão arranha a porta, insuportável, vou abrir. No corredor sem marcas alguém se segurou, guiou-se por um corrimão invisível do quarto a sala. Na cozinha lavo as louças de ontem e o cão entrou e foi direto ao sofá, nos braços dela. O cão a viu! Ele pula e lambe e mordisca e levanta o focinho e arfa, quer brincar, entreter-se. À noite ainda ouço a respiração forte de um desejo, forte, roçando meus ouvidos como os ventos de outono, na noite fora.
“O essencial é invisível aos olhos.” – Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry

SINOPSE DE O SEMINÁRIO
A história se passa num seminário grande, de dois andares, um casarão antigo de frades. A morte de Olderick reabre a discussão sobre um fato antigo, o da morte de Adelmo em 1940, noviço e autor de um diário desaparecido. Adelmo é tido por suicida. Duas mortes semelhantes em épocas diferentes, os corpos são encontrados de manhã caídos no jardim sob a sacada. Coincidência? Talvez. Mas ainda outra morte da mesma sacada e os ataques aos seminaristas nas cercanias do Seminário põem em dúvida a tese da simples coincidência. Os moradores desconfiam de alguém furtivo pela casa antiga, de muitas janelas, portas e passagens secretas. Talvez o diário de Adelmo ou as anotações de Olderick possam elucidar o mistério, mas o jovem Teófilo vai descobrir coisas que nunca imaginou em sua vida e talvez nem você.
Camilo Irineu Quartarollo
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