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sábado, 5 de fevereiro de 2011

O texto desta semana dedico ao meu irmão quase-gêmeo, temos vinte meses de diferença de idade e brincávamos juntos quando crianças. O tema que postou no seu blog http://blogs.jovempan.uol.com.br/quartarollo/ é sobre texto que o Luís Fernando Veríssimo teria escrito na net e, como muitos textos atribuídos a ele, este também não era, mas deu um bom gancho a esta crônica...


Luís, o Big Brother

Quem escreve os textos que o Luís Fernando Veríssimo escreve? Eis o paradoxo.
Diz o autor, em carne e osso, que os textos que circulam pela net, twiter, não são dele. Diz que tem outro “você” por aí nesse mundo virtual da net. Confessa-se sem essa máquina de pega-trouxa (friso meu, hem) de twiter.
A net é tão rápida que nem dá tempo de assinar os artigos, o jornaleiro corre mais que o jornalista. Os jornais envelhecem – tem-se de ler de manhã, à tarde a TV ou a net já o tornou obsoleto, leito para cocô de cachorro. Alguns atrasados como eu ainda o releem enquanto cuidam dos animais.
Caso é que o povo, o escritor jovem, o rebelde, o descontente com o status quo, quer se manifestar e ser ouvido como o Luís Fernando Veríssimo. O homem é um poço de inteligência e humanidade, simples que aparenta a simplório, com seu longo nariz vermelho e uma timidez robusta de um papai-noel sem barba. (mas não é o papai-noel também). Diz ele na sua coluna que não escreveu sobre o Big Brother, pois não assiste ao programa. Dá a entender que por puro desinteresse, ingênuo ou genuíno (adjetivos meus) – está desprogramado, não lhe puseram a grade de show em sua cabeça.
Outro caso é dos pseudônimos (nomes falsos). Na ditadura, o autor do Leite Derramado, não transbordava como Chico Buarque, mas Toninho da Adelaide, nos tempos duros de Vargas, Marques Rebelo escreve o trapicheiro, mas na verdade é Eddy Dias da Cruz. Para o escritor ou escrevente participar de concursos literários tem de se inscrever com pseudônimos, para não se ter privilégios na seleção – ganhar concursos literários, por vezes, é um sortilégio, nunca ganhei nenhum com os meus pseudônimos – vou colocar algum melhor, talvez Gaúcho da fronteira, analista de Bagé, epa, não vou escrever todos aqui, que daí não vai sobrar nenhum criativo para o próximo concurso. Já para o Nobel e outros títulos concedidos tem de se ter NOME e como para o Obama, concedido como “voto de confiança” (nunca vi título assim, mas deve ser coisa de Estocolmo, se não virar síndrome...).
Uma coisa é certa, cada vez que Luís Fernando nega que são seus os textos, eles ficam mais veríssimos, o pseudo autor mais famoso e o autor mais anônimo – talvez o Luís quisesse ser o anônimo, que escreve tão bem, segundo ele mesmo. Todavia, quando o vejo, de um perfil bem brasileiro, calado, humano, acho que Deus devia lhe ter dado um irmão gêmeo. Eu tenho um quase-gêmeo! E aproveito para dizer que também não tenho twiter, celular, fax, não sou o Luís Fernando, nem o Jabor, ninguém me conhece, sequer por quinze segundos. E por que estou escrevendo isso? Ora, nem eu sei, mas o jornal me deu uma pontinha. (Publicado no blog do quartarollo (jovem pan) e no jornal de Piracicaba.)
SINOPSE DE O SEMINÁRIO
A história se passa num seminário grande, de dois andares, um casarão antigo de frades. A morte de Olderick reabre a discussão sobre um fato antigo, o da morte de Adelmo em 1940, noviço e autor de um diário desaparecido. Adelmo é tido por suicida. Duas mortes semelhantes em épocas diferentes, os corpos são encontrados de manhã caídos no jardim sob a sacada. Coincidência? Talvez. Mas ainda outra morte da mesma sacada e os ataques aos seminaristas nas cercanias do Seminário põem em dúvida a tese da simples coincidência. Os moradores desconfiam de alguém furtivo pela casa antiga, de muitas janelas, portas e passagens secretas. Talvez o diário de Adelmo ou as anotações de Olderick possam elucidar o mistério, mas o jovem Teófilo vai descobrir coisas que nunca imaginou em sua vida e talvez nem você.
Camilo Irineu Quartarollo
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