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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

sábado, 5 de março de 2011


Sobre o texto do blog: Vc tem celular? Tá ligado?!

Sugestão:
Leiam, se puderem, A arte da Ficção de David Lodge. Li e aprendi muito. Leiam também, o artigo de Walter Leandro Guarda, se não tiver o jornal físico, acessem a tribuna virtual http://www.tribunatp.com.br/.

Divulgação:
De meu primo Tadeu Possato, professor de italiano há vinte anos, várias viagens à Itália para cursos e aprimoramento do idioma italiano e trabalhou por lá. Fez atualização na universidade de Perugia. Atua dando aulas personalizadas (individuais) ou em trio. Aula demonstrativa gratuita. Se interessar-se ligue para ele: xx (19) 3402-7986 e Cel. 9113-7333

Tá ligado?
Na guerra fria o presidente dos Estados Unidos tinha um telefone vermelho para falar direto, da Casa Branca com o Kremlin. Na era anticomunista, ligava-se o fonema kremlin a crime. Ainda hoje dizem que em caso de guerra este super-homem americano, o presidente tem a senha e uma pasta que, de onde estiver, de seu helicóptero presidencial ou da sua piscina quente, pode acionar o armamento nuclear de defesa contra o país agressor. Assim também se fizeram várias bases em territórios estratégicos, em países mais ou menos amigos e cujos governos são protegidos dos EUA.
Os telefones começaram como grande invento para ligar pessoas desde Graham Bell, li na coluna do Rontani. Hoje serve para tudo, inclusive para ligar pessoas. A interjeição inicial é alô, um derivativo de “Hello” americano, o portuga lá de Lisboa diz “stálá?”, antes que o patrício responda. Com os celulares a coisa mudou. Não tem mais a introdução de alô ou coisa que o valha, vai-se direto ao assunto. O nego está na fila do banco, na igreja, no carro, no alto do Himalaia, toca o bichinho quadrado (tem de formatos personalizados também) e a musiquinha do remetente e ele diz: ãh, pó fala, tô aqui. Isso, isso... Quando se enche do amigo do outro lado do mundo, esquiva-se com alguma desculpa do tipo “depois te retorno”. O celular se tornou mais importante que as pessoas e muitos acham que ele é a própria vida deles. “Te retorno em uma hora” podem ser em dias, depois de uma desculpa ou nunca mais, sem desculpa. A namorada pergunta logo o número, se não tiver celular, tem de se inventar um, emprestar ou... até roubam. Tornou-se um símbolo fálico, de poder, de liberdade, de desprezo.
Este domingo, ao passar pelos canais de TV, vi na praça São Pedro o papa que abençoava o povo, traduzido por um locutor fanhoso. Nem prestei muita atenção naquele elevar de mãos e risinho oportuno, mas no final ele apontou para a multidão seu indicador. Com aquela voz rangida e com o dedo em riste mandou um “abrrraço” a alguém que estava lá embaixo. Pensei ter visto um celular na mão esquerda do papa. Celular personalizado de Sua Santidade, imaginem só! Todinho púrpura! Se o presidente americano usava o telefone vermelho para falar com o Kremlin, o papa anda falando com? Talvez com...(!) Hum... tá cortando a voz... grazie...
Chi, acabou o meu crédito... (você não achou que ele falaria com Deus, pensou?)
- Publicado hoje n@ A tribuna Piracicabana

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