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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

sábado, 17 de novembro de 2012

Crises do filho do meio
Plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Diz o povo que estes são os requisitos para se realizar na vida. Plantar até passarinho planta, para se ter filho não precisa ser tão viril assim, se bem que não o gerando o machão põe a culpa na mulher – criá-lo sim, isso é difícil; agora, escrever um livro... uma obra é uma coisa que sai da gente, como uma força, uma energia e depois a gente mesmo relê o que escreveu para sentir a mesma coisa. Estranho, mas escrever é um processo terapêutico, profundo às vezes.
Estou parindo Crises do filho do meio, já lhes conto.
Tinha já parte do material desde 2005, até mandei para meus irmãos e a Dete disse: vai virar livro, né. Ora, não havia escrito nem o primeiro livro meu ainda. Esta obra gestou em mim, uma crise prolongada, diria.
Fato que não somos em nada família exemplar, nenhuma é, acho; e agora meu pai está acamado há dois anos, quase morreu e não se recupera, vivendo por sondas. Vejo que um ciclo se fecha, que cada constitui sua própria família. Achei que era hora de fazer vir à luz estas coisas da nossa infância e adolescência, do tempo que vivemos juntos.
Comecei um trabalho de parto. Rememórias, situar no tempo os eventos, pesquisar, usar a melhor abordagem. A trama, o que unificaria toda a obra, tinha de pegar o tema e creio que achei: As crises do filho do meio.
Os pais e principalmente as mães têm experiências diferenciadas de cada filho, cada um traz uma alegria ou marca uma tristeza, perda, sofrimento, luta, um novo alento. O nome do filho marca um momento na vida do casal e da mãe, todo filho tem na cabeça que é único, é muitos pais os deixam pensar assim, mas o pai que também é filho quer maior felicidade para os seus.
Meu irmão quase-gêmeo, personagem e prefaciador, e depois os capítulos nos quais usei a linguagem ingênua, com diálogos próprios, para denotar a visão que tínhamos na infância, deixando ao leitor a interpretação. Coloquei as fotos de família e os desenhos que fiz. Li para o meu pai acamado e acho que entendeu alguma coisa, mesmo no estado em que se encontra, se não entendeu sentiu as palavras. Ele é personagem integrante do meu livro e da minha vida. Também sou eu quem faz a correção, edita, imprime e faz a capa. Ah, tive de usar as palavras certas para não melindrar ninguém e corrigir, corrigir, corrigir, corrigir. Ufa.
A capa, contei também com sugestões da minha enteada e esposa, vai ser mais ou menos a que posto. Sonhei que era gramada e que a grama verde saía de mim, o fundo é o relevo da chácara da nossa infância, tendo em vista que todo o resto foi derrubado e virá um espigão, com certeza, onde morávamos e lembramos como lugar físico.

Um comentário:

  1. Experiências e vivências nossas... Riquezas que precisam ser registradas mesmo! Parabéns pela coragem!
    [ ] Célia.

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