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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

sábado, 17 de agosto de 2013

Amigos, amigas, você tem dinheiro no banco ou pendrive na bolsa, cuide-se; mas veja como o caipira se virou nessa. Soube hoje que alguém aficionado por pertences estranhos lançou mão da bolsa da apresentadora da Educativa nas letras, Lucilla, mas que pede somente a devolução de seu pendrive dos arquivos dos programas gravados, cuja memória está toda lá, nos dedos de alguém indigitado(a) - e ameaçamos, se não devolver dentro de vinte e quatro anos, vamos fazer programas muito melhores ainda, cujas ideias poderão serem retiradas pelo ouvinte em sua própria casa, em formas de metáforas.
Observe-se, o Mindlin não está me lendo não.
O blogueiro ouvinte literário
        O banco
           Essa é do meu avô, mas estou registrando agora. É a de um banco na conversa de dois caipiras. Antigamente, os imigrantes vinham para aqui “fazer a América” e retornar depois, para isso guardavam dinheiro no colchão, escondiam sob a terra, fingiam pobreza, mas os bancos não eram comuns como hoje. Ao dinheiro de meu avô nunca vi, sempre tão minguado. Fato é que escondiam até das esposas, mas dos netos não, mas essa é outra história.
            Vovô gostava de contar de suas histórias e de ouvintes despertos. Repetia sempre, acho que foi aí que comecei a aumentar um pouco e mudar desfechos, situá-las em lugares da minha infância como essa em Paudalhinho, Piracicaba-SP. Se meu avô fosse meu neto, poderia contá-las diferente e com a mesma paciência de quando tirava os sapatos e sentava-se de meias para pronunciar fatos inusitados de reis, príncipes, magos, bruxas, etc. e aí se não “acreditássemos”... – essas histórias têm uma verdade própria e são universais (hoje eu sei).
            Sentemo-nos. Eram dois caipiras compadres e dois tocos, uma viola ao lado, um fogãozinho de fumaça teimosa e uns assuntos que iam num zunzum de mosca perdida, natural, à vontade de “dizê”, prosa curta.  Pois é. Lá no sertão parece que o tempo parou num universo paralelo. O caipira contou ao compadre que guardou o seu dinheiro no banco, o anfitrião tirou o cigarro da boca, olhou para ver se a mulher não estava ouvindo e confessou:
            - O meu tamém, ara! Guardei no banco viu! – ao que o outro emendou:
           - Intão, fiquemo sem, porque robaro o banco noite passada memo, sabia?
           O caipira dono da casa, sem voltar o cigarro à boca, espiou de novo a mulher e relaxou os olhos, porque a mulher estava sentada em cima do seu banco.
           - Ãh. Essa bandidage. É memo, compadre! Robaro intão...
E.T: O autor blogueiro persistente e escritor contumaz é autor de Crises do filho do meio.

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