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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Se vc não comentar vai para o inferno.
Blogueiro beatificado
Católico
Já me disseram que para católico não sirvo. Logo após sair do seminário religioso as pessoas vinham perguntar sobre religião e sobre o evangelho e muitas se escandalizavam e alguns me acusavam de tirar a fé dos outros. Prefiro me confessar ateu, um ateu contrariado para não escandalizar ninguém. Assim ninguém precisa dar bola para o que eu penso, ou estão a refletir sobre minha espiritualidade.
Talvez seja um crente frustrado, depois de ler a Bíblia e ver tantas questões expostas às vísceras, sei que a salvação não é questão de mera concepção intelectual. Saúdo a todas as profissões de fé, inclusive a do ateu.
 


 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Visite os jardins
O óbvio não atrai nem o real parece verdadeiro, mas o mundo real tem dinâmica própria que foge ao controle dos mentais e dos ególatras. O mundo é maravilhoso, há muito que não foi visto porque foge ao crivo pré-estabelecido pela consciência pueril da massa falida que crê somente no explicável por alguém importante. Visite os jardins de onde nascemos, os mentais e ególatras também vieram de lá.

sábado, 14 de setembro de 2013

Amigos, uma boa semana a todos e a todas. Espero que apreciem. Estão aparecendo muitos spam e não estou sabendo como tirar. Eta vida de internauta!
Abç
Blogueiro insistente

 
Linha cruzada
Ia abortar e o futuro pai a incentivava a isso, mas escreveu carta ao papa Francisco, ao Vaticano, numa esperança, talvez... Por certo um assessor a leria. A resposta seria difícil ao ocupadíssimo pastor de milhões de almas. Para espanto geral o próprio papa telefonou para a futura mamãe. Aliás, talvez muitos padres não batizariam uma criança sem cursinho regular ou sem padrinho, mas o papa vai batizar e ainda será o padrinho do futuro bebê, demonstrando que o sacramento não só imprime caráter de pertença à grei, mas dá esperança cristã. Por fim, conforme notícia, ela dará o nome de Francisco ao menino. É menino!
Ora, é de se imaginar. Então imagine-se que de repente toca o seu telefone, é o papa!? Pois ele não é de muita cerimônia. Retornou entre outros, à jovem italiana a qual citei acima, ao seu jornaleiro argentino, para cancelar o envio de jornais por se mudar de endereço, falou direto do Vaticano. Tudo via te-le-fo-ne.
Se usa aquele aparelho vermelho antigo ou se porta algum celular no bolso da batina não sei, certo é que fala por lonjuras, numa cruzada da fé universal. E o seu twiter então! Direto ligado. Dizem que são dois papas, mas ninguém ajuda Bergoglio, mesmo em celebração suas mensagens estão indo. Se o vir falar sozinho não é com Deus, pode ser com alguém mui distante.
Imagine-se ainda cá nas minhas ideias, e se estivesse do outro lado da linha uma jovem casadoira e atiçada? Uma ovelha desgarrada.
- É o senhor memo, papa?
- Sim, minha jovem?
- Papa, acho que engravidei e sou solteira.
- Meu Deus, mas é menino ou menina?
- Menino, tá até chutando, bom jogador pra seleção argentina.
- ... brasileira, filha. Não importa, crie seu filho como cristão.
- Cristão? Batizá! Como? Sô mãe soltera, sabe? Padre nenhum vai querê batizá.
- Não importa, eu batizo.
- Mai sem cursinho, sem padrinho?
- Eu serei o padrinho dele, vá bene?
-... O senhor vai batizá ele aí no Vaticano? Então vô registrá o nome dele de Francisco, seu papa; mas já que o senhor é bão, eu queria casá tamém...
- CASÁ!!!???
- É... se o sinhor pudesse arrumá um italiano...rico...
- Ara, vá falá com Santantônio!

sábado, 7 de setembro de 2013

Grato aos amigos(as) que leem minhas breves palavras, mas nesta postagem percorram até o fim do texto, porque lá no fim, estará o fim e a conclusão. Abç
Blogueiro operado
O Dr. Luís P.
De família. Sim, o nariz era. Alongado, uma marca própria de berço, mas a apneia não o deixava dormir. Passando de carro por uma esquina viu uma clínica de otorrinolaringologia, na placa o registro e o nome do profissional Dr. Luis P. Que alívio! A especialidade médica que ia cuidar de seu problema. Ia dizer à mulher que podia dormir sossegada nos mesmos lençóis que comprou para ele. A mulher tinha insistido há muito com ele, mas o medo de injeções e de pós-operatórios o impediam, tinha pavor de sangue e desmaiava ao ver, mesmo que na TV. “Pra que um narizão, se num serve pra nada”, a esposa disparava. Mas aquela placa com nuvens brancas e um céu de azul sereno seria a alternativa: “Resolvemos seu problema e sua esposa vai adorar. Visite-nos”. Ele ia ter de entrar por aquele corredor de gerânios limitado somente pelo portãozinho da altura de um pulo e passar pela porta de madeira e marcar sua consulta.
                O médico foi dizendo “é praticamente indolor, viu. O senhor não vai sentir nada, nem a anestesia.  Anestesia, doutor!...Incomodou-se um pouco pela agulha. Dr. Luis continuou: Claro, uma agulha fininha, bem pequena, hipodérmica. Hipodérmica?! O paciente não entendeu, mas pareceu algo revolucionário à sua sensibilidade cutânea. Sempre usava esses termos de propósito, para demonstrar sua autoridade médica. Continuou o profissional: “...e quando acordar seu problema já era, completamente indolor, meu amigo, sem incômodo, o senhor volta andando pra casa, fazemos aqui mesmo na clínica. Vê! Nada de infecção hospitalar ou transtornos com colegas de quarto e aquelas visitas de família, entende. Não confia em mim?!” O cliente olhou em volta e a sala de tom verde claro como uma aguinha mansa lhe deu tranquilidade e os móveis quase lembrava a sua casa. A extensão daquela clínica era um ambiente quase doméstico e só faltava um gato andando pelo tapete e escondendo-se atrás dos sofás. Empenhou sua confiança e seus créditos a ele, o Dr. P.! Pê de quê? Faltaria à polidez se perguntasse, depois daquele colóquio amistoso. Conhecia o homem, porque saber o nome!
                Luis P. era simpático, confiante, convincente e dono de um nariz não menor que o seu, apesar de ser de outra família. Mas não pôs na placa o sobrenome. Os amigos que o conheciam socialmente, não de cirurgia, não desabonaram o Dr. Luis, era muito bom. Quis desistir no último momento – sonhava com o Dr. P. aplicando uma injeção rombuda e batendo nas coxas da secretaria a dizer rindo que mandou mais um para a funerária; mas a esposa lhe deu um ultimato - ou opera ou separa.
                No dia marcado estava lá. O médico chegou e o anestesista também. Despiu-se, tirou óculos, aliança, a medalhinha de São Jorge e pôs o roupão. Relutava ainda em aceitar, ia como um condenado. Deitou na maca branca e o anestesista lhe enfiou a injeção, ui. O médico de branco e com máscara à sua cabeceira esperava a dormência, plácido como um biólogo. Os aparelhos cirúrgicos ao lado, metais frios e duros, fórceps esquisitos, o bisturi afiadíssimo, pinças e outros com aquele cheiro típico da porta do além.  Não vai doer, né, Doutor?
- Não. Já menti para você?!...Ia já relaxando, mas a secretária abriu a porta e gritou:
- Dr. Pinóquio?
E ele de um salto gritou:
-!!!Pinóó...? Ah...o PÊêê... – e dormiu no colo do anestesista.
O cronista, que assim se nomeia, é autor de Crises do filho do meio e outros. Abç